Sabe-se que as formas de aprendizado são inúmeras. No entanto, é unânime a constatação de que o empenho pessoal é fundamental para a eficiência no aprendizado de qualquer coisa. Não seria diferente no caso da língua inglesa. Se você realmente QUER aprender a falar inglês, você vai fazer o que for necessário. Para uns, o melhor pode ser a opção de aulas regulares com um profissional de ensino. Para outros, viver a língua em seu país de origem é a forma mais eficiente. Mas e se você não puder ter nenhuma das duas opções? Será que dá para aprender sozinho?
Ao longo dessa vida eu já conheci pessoas que aprenderam inglês sem fazer aulas formalmente. Algumas moraram fora, outras aprenderam através de leituras e séries de TV. Algumas delas até conseguiram adquirir um bom nível de inglês, mas sinceramente, considero esses casos fora da curva.
Na minha experiência, a maioria das pessoas que aprendem sozinhas, ou seja, sem um acompanhamento especializado, acabam até conseguindo se comunicar de maneira eficiente. Porém, há uma limitação diante da necessidade de um discurso mais elaborado, como, por exemplo, expor suas ideias em discussões, participar ativamente de reuniões ou mesmo fazer apresentações.
Acredito que isso aconteça por duas razões:
1) Falta de apreensão de conteúdos de maneira organizada.
A organização dos conteúdos para o ensino de língua estrangeira segue um padrão. Parte-se de estruturas gramaticais e vocabulários mais simples que progressivamente evoluem para pontos mais complexos. Existem, por exemplo, estruturas gramaticais avançadas que dependem de outras mais simples. Quando se estuda sozinho, sem nenhum tipo de orientação, há a exposição a todos os tipos de conteúdos, dos mais simples aos mais complexos. É difícil para o aprendiz julgar o que é melhor aprender primeiro. Seria como ensinar um bebê, que ainda nem consegue engatinhar, a correr.
É claro que há exceções. Existem pessoas muito intuitivas que conseguem entender regras mais simples a partir de casos mais complexos. Também pode acontecer de alguém ser capaz de usar formas verbais mais elaboradas porque memorizou como vocabulário. Entretanto, o mais comum é ver pessoas que aprenderam inglês de forma independente, cometendo erros considerados mais simples, como na concordância do 'verb to be'. Dependendo do seu objetivo comunicativo, não há nenhum problema. Mas se a sua demanda for mais sofisticada, você pode acabar passando por situações desagradáveis.
2) Falta de feedback especializado
Estudar sozinho pode ser muito "solitário". Sei que isso soa bem redundante, mas o que eu quero enfatizar é a falta de interação, que é muito importante para o desenvolvimento da fluência em um idioma. Há alternativas, como a participação em grupos voluntários de conversação. Um bom exemplo é o sistema do “Meetup” (acesse o artigo "Dicas para praticar inglês!" e saiba mais) . O fato é que a ausência de feedback acaba sendo prejudicial à melhora do nível do inglês. Ao se comunicar livremente com um estrangeiro, você até pode ter um feedback imediato à medida que percebe que houve comunicação. Por exemplo, quando você faz uma pergunta e obtém a resposta esperada. No entanto, raramente alguém vai te corrigir, provavelmente por ter conseguido deduzir o sentido pelo contexto ou por achar inadequado. Então você acaba reproduzindo erros cuja cristalização pode futuramente causar problemas de comunicação.
Outro fator que afeta a eficiência do estudo independente de um idioma é a disciplina. Manter a consistência e a rotina dos estudos costuma ser muito difícil para a maioria das pessoas. Ninguém pode negar que é mais provável que você mantenha uma rotina consistente quando há outra pessoa no processo. Lembremo-nos dos nossos bons e velhos professores que nunca nos deixavam esquecer o dever de casa.
Diante dessa realidade, temos desenvolvido um trabalho muito específico com alunos que não podem cumprir uma carga horária maior, mas que precisam acelerar o seu processo de aprendizado do inglês.
Nós adotamos uma rotina de estudos autônomos, com uma série de atividades semanais. É importante deixar claro que não é simplesmente encher os alunos de dever de casa. São atividades focadas em habilidades diversificadas e que tem por objetivo preparar para uma prática oral futura e sanar dificuldades apresentadas em aula. Para exemplificar melhor, ao término da aula os pontos de mais dificuldade são identificados e exercícios para esse fim são selecionados. O próximo tópico é antecipado e há o envio de tarefas específicas para que os alunos tenham mais conhecimento e possam estar preparados para o novo conteúdo. Tudo é sempre checado e reforçado na aula seguinte e o ciclo se repete.
Temos percebido resultados muito positivos com o nosso querido aluno Glauco de Souza Cruz, que diz:
"Eu acredito que não haja aprendizado efetivo sem que haja disciplina de quem está aprendendo. Posso dizer que me sinto muito mais confortável falando inglês agora, aliando essa estratégia de ensino com a minha disciplina de aprendizagem."
É claro que no trabalho individualizado, o método deve ser adequado ao perfil do aluno e há pessoas que realmente não conseguem fazer muita coisa fora do contexto da aula. Esses alunos contam com o precioso tempo das aulas para aprender e praticar o inglês e admitem que, sem essas horas com o professor, jamais teriam a rotina da prática do idioma.
O objetivo desse artigo foi o de mostrar que sempre há alternativas diferentes para o aprendizado do inglês, seja com professor, em imersão ou de maneira autônoma. O mais importante é não encarar as adversidades como empecilhos, mas sim se utilizar de formas criativas e viáveis para chegar ao seu objetivo.
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Por Elaine Florencio (English Trainer)